Sororidade

Dia da Mulher. Vem entender a história por trás dessa data

Tati Barros
9 Feb, 2023
4 min. de leitura
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Você sabe por que é comemorado o Dia da Mulher? Neste artigo, explicaremos qual é a história que está por trás dessa data e quais as principais formas de comemorar

Que no dia 8 de março celebra-se internacionalmente o Dia da Mulher você já sabe. Mas essa data só faz realmente sentido se vier acompanhada de reflexão e luta por direitos iguais para todas as mulheres, sejam elas cis ou trans. E, para isso, é preciso, antes de qualquer coisa, saber a história sobre o Dia da Mulher.

 

 

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Como começou o Dia da Mulher

Antes de qualquer coisa, precisamos dizer que há controversas sobre a real origem da data, mas fato é que uma série de acontecimentos colaborou para a sua criação. 

 

Em 1910, a jornalista e professora socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação de um dia das mulheres, na Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, que ocorreu na cidade de Copenhague, na Dinamarca.

 

No dia 25 de março de 1911, operárias da fábrica de tecidos Triangle Shirtwaist, situada em Nova York, fizeram uma grande greve em reivindicação por melhores condições de trabalho. Entre suas exigências estavam a redução na carga diária de 16 para 10 horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

 

Durante as manifestações, houve um incêndio na fábrica, que matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens. A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. 

 

De acordo com o livro As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres”, da historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González, o incêndio foi muito significativo para o movimento operário norte-americano e para o movimento feminista

 

Já em 23 de fevereiro de 1917 (8 de março no calendário gregoriano), mulheres russas foram às ruas contra a guerra. Com o lema “paz e pão”, elas pediam comida para seus filhos e o retorno dos maridos das trincheiras. 

 

No entanto, apenas em 1975, por meio de um decreto, 8 de março foi oficializado pela ONU como o Dia Internacional das Mulheres.

 

As principais razões para essa data

Infelizmente, motivos para que essa data ainda hoje seja celebrada e marcada por reivindicações não faltam. Vamos falar sobre a situação da desigualdade de gênero no Brasil?

 

O Brasil alcançou a 78ª posição no ranking que mede igualdade de gênero em 144 países. O dado faz parte do Índice de Gênero dos ODS 2022, da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

E mais: segundo o IBGE, em 2019, as mulheres recebiam apenas 77,7% do valor dos salários recebidos pelos homens. A desigualdade atinge proporções maiores nas funções e nos cargos que asseguram os maiores ganhos. Entre diretores e gerentes, as mulheres receberam 61,9% do rendimento dos homens. O percentual também foi relevante no grupo dos profissionais da ciência e intelectuais: 63,6%.

 

Para quem acha que estamos perto da equidade, mais uma notícia desanimadora: a plena igualdade de gênero pode levar 300 anos para ser alcançada, segundo um relatório produzido pela ONU Mulheres.

 

Entre os fatores que deixam ainda maiores as disparidades de gênero, segundo o levantamento, são: a pandemia de Covid-19 e suas consequências, conflitos violentos, mudanças climáticas e a perda de direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. 

 

 

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Como comemorar o Dia das Mulheres

Essa é uma data que nem de longe deve ser comemorada com flores e bombons. Nem mesmo com “parabéns”. O Dia da Mulher deve ser usado para a promoção de debates, reflexões, fóruns e criações de projetos e leis que beneficiem as mulheres, especialmente aquelas que se enquadram em minorias, como as negras, pobres, transexuais e travestis. 

 

Aproveite o Dia da Mulher para ler livros sobre feminismo e entender mais sobre a luta feminista!

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.

 

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