Sororidade

Um guia para entender a história do movimento feminista

Tati Barros
23 Feb, 2023
4 min. de leitura
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Você conhece o movimento feminista?Vem saber quais são as principais causas desse movimento social que luta pelo direito das mulheres na sociedade

Muito se fala sobre feminismo, e realmente precisamos, cada vez mais, discutir e colocar em prática todos os ideais pelo qual o movimento feminista luta. Mas você sabe quais são eles? 

 

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O movimento feminista

O feminismo é um movimento de luta pela igualdade de gênero, ou seja, tem como grande objetivo fazer com que homens e mulheres recebam as mesmas oportunidades e tenham acesso aos mesmos direitos. 

 

Portanto, quando ouvir alguém dizer que feministas odeiam os homens, não se cale: reforce que só queremos viver em uma sociedade igualitária, em que os privilégios não sejam limitados a um só gênero.

Como começou a causa

Podemos dizer que, ao longo da história, existiram milhares de mulheres consideradas “rebeldes” e que não se calaram diante das injustiças e opressões a que eram acometidas pela sociedade patriarcal. Muitas dessas mulheres, por sinal, foram consideradas bruxas e duramente assassinadas pela inquisição.

 

Mas, o movimento feminista em si tem início com a chamada primeira onda do feminismo, que surgiu no final do século XIX. Naquele contexto, grupos de mulheres, que ficaram conhecidas como sufragetes na Inglaterra, organizaram-se para lutar por seus direitos, sendo que o primeiro a ser conquistado foi o direito ao voto, em 1918. Mas até terem suas reivindicações atendidas, muitas delas foram presas várias vezes, e fizeram greves de fome. 

 

No Brasil, as sufragetes foram lideradas pela bióloga e cientista Bertha Lutz, que iniciou a luta pela conquista do voto e foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Em 1932, esse direito de votar foi promulgado no Novo Código Eleitoral brasileiro.

 

Esse feminismo inicial, tanto na Europa e nos Estados Unidos como no Brasil, perdeu força a partir da década de 1930 e só surgiu novamente, com importância, na década de 1960, quando então veio à tona a segunda onda do feminismo. 

 

O que o movimento feminista defende

São muitas as lutas do movimento feminista ao longo dos últimos dois séculos, que envolvem condições equitativas, no que tange a lei, mas também comportamentos éticos por parte daqueles quem compõem a sociedade

 

É importante destacar que direitos conquistados em algumas partes do mundo ainda não englobam todos os países. Portanto, divórcio, sufrágio (que é o direito ao voto), educação da mulher, direitos sexuais e reprodutivos ainda não fazem parte da realidade de todas as mulheres do planeta. Por isso, essa é uma luta que ainda não está ganha.

 

A feminista Audre Lorde tem uma famosa frase que resume isso: "Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”. Portanto, como já cantou a cantora Gal Costa, “é preciso estar atenta e forte”.

 

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Tipos de agressão contra meninas e mulheres

Duas importantes conquistas do movimento feminista no Brasil, nas últimas décadas, envolvem o endurecimento das leis para punir a violência contra as mulheres. Tivemos a Lei Maria da Penha, em 2006, e a Lei do Feminicídio, em 2015, além da multiplicação de delegacias especializadas em casos de violência contra a mulher

 

Segundo a Lei Maria da Penha, esses são os cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher:

 

Violência física

Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal da mulher. Exemplos:

 

  • Espancamento

  • Atirar objetos, sacudir e apertar os braços

  • Estrangulamento ou sufocamento

  • Lesões com objetos cortantes ou perfurantes

  • Ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo

  • Tortura

 

Violência psicológica

Conduta que causa danos emocionais e diminuição da autoestima; prejudica e perturba o pleno desenvolvimento da mulher; ou visa degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Exemplos:

 

  • Ameaças

  • Constrangimento

  • Humilhação

  • Manipulação

  • Isolamento 

  • Vigilância constante

  • Perseguição 

  • Insultos

  • Chantagem

  • Exploração

  • Limitação do direito de ir e vir

  • Ridicularização

  • Tirar a liberdade de crença

  • Prática de gaslighting

 

Violência sexual

Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, fazendo uso de intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

 

  • Estupro

  • Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa

  • Impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar

  • Forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação

  • Limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher

 

Violência patrimonial

É qualquer ação que tenha como consequência retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos. Por exemplo:

 

  • Controlar o dinheiro

  • Deixar de pagar pensão alimentícia

  • Destruição de documentos pessoais

  • Furto, extorsão ou dano

  • Estelionato

  • Privar de bens, valores ou recursos econômicos

  • Causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste

 

Violência moral

É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, como:

 

  • Acusar a mulher de traição

  • Emitir juízos morais sobre a conduta

  • Fazer críticas mentirosas

  • Expor a vida íntima

  • Rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole

  • Desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir

 

Ao primeiro sinal de qualquer uma dessas violências, não hesite em fazer a denúncia por meio da Central de Atendimento à Mulher, no número 180. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes.

 

Para finalizar, vale reforçar mais uma vez que feminismo não é um coletivo radical que busca promover o ódio e a divisão entre homens e mulheres. Esse movimento político e social busca conscientizar sobre a importância de combater a opressão, a violência sexual e a exploração femininas. 

 

O que se quer é que sejam estabelecidas, de uma vez por todas, condições de igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em relação aos homens, com condições sociais justas em todos os setores da sociedade. 

 

Se você quer se aprofundar ainda mais no tema, a gente preparou uma lista com 3 livros feministas que toda mulher deveria ler. Boa leitura 😉

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.