Violência contra mulher. Vem entender os tipos e como buscar ajuda
Saiba como identificar os cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial
Quando o assunto é violência contra a mulher é natural que logo venham à mente as agressões físicas, especialmente aquelas que deixam marcas e escancaram a misoginia contida ali. Mas, não se engane. Isso é, sim violência, mas a violência contra a mulher pode ser muito mais sutil e ter danos tão profundos quanto um tapa ou um soco.
Ao longo deste texto, vamos te mostrar os principais tipos de violência que uma mulher pode sofrer. Identificar cada um deles pode ser bem difícil e até despertar gatilhos, mas infelizmente é algo fundamental para sabermos nos proteger e ajudar alguém próximo que esteja precisando sair desse ciclo torturante.
Tipos de violência contra a mulher
De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), apenas no primeiro semestre de 2022, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres.
Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na Lei Maria da Penha: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. Vamos explicar as características de cada uma delas.
Violência física
É entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou a saúde corporal da mulher, como:
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Espancamento
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Atirar objetos, sacudir e apertar os braços
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Estrangulamento ou sufocamento
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Lesões com objetos cortantes ou perfurantes
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Ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo
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Tortura
Violência psicológica
É considerada qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Alguns exemplos:
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Ameaças
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Constrangimento
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Humilhação
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Manipulação
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Isolamento
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Vigilância constante
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Perseguição
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Insultos
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Chantagem
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Exploração
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Limitação do direito de ir e vir
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Ridicularização
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Tirar a liberdade de crença
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Prática de gaslighting
Violência sexual
Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, fazendo uso de intimidação, ameaça, coação ou uso da força. Exemplos:
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Estupro
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Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa
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Impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar
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Forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação
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Limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher
Violência patrimonial
É qualquer ação que tenha como consequência retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos. Por exemplo:
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Controlar o dinheiro
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Deixar de pagar pensão alimentícia
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Destruição de documentos pessoais
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Furto, extorsão ou dano
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Estelionato
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Privar de bens, valores ou recursos econômicos
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Causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste
Violência moral
É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, como:
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Acusar a mulher de traição
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Emitir juízos morais sobre a conduta
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Fazer críticas mentirosas
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Expor a vida íntima
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Rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole
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Desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir
É preciso destacar que, embora sejam divididas em categorias, dificilmente apenas um tipo de violência é manifestada pelo agressor. Por isso mesmo, ao primeiro sinal de qualquer uma delas, é preciso fazer a denúncia.
Como combater a violência contra a mulher?
Você pode fazer a denúncia por meio da Central de Atendimento à Mulher. Basta ligar para o número 180, que presta um atendimento de escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes.
Se você não souber o que fazer em uma situação dessa, não hesite em pedir ajuda. Lembre-se: você não está sozinha! 💛
Tati Barros
Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.