5 condições que podem causar vagina inchada

Uma vagina inchada geralmente indica que algo não vai bem com a sua região íntima e a sua saúde. Não necessariamente é grave, mas merece a sua atenção e uma visita ao médico. A ginecologista Rebeca Gerhard nos contou algumas razões que podem estar por trás do inchaço da ppk.

Mas antes de falar sobre os motivos da vagina inchada, vamos falar um pouquinho sobre anatomia feminina e como é a ppk? Muita gente se refere à vagina para falar da vulva, a parte exterior da região íntima. Aquela que a gente enxerga mesmo, incluindo os lábios maiores, os lábios menores, a parte visível do clitóris e a entrada da vagina. 

A vagina é, portanto, a parte interna – aquela abertura que se conecta com o útero e por onde sai o sangue de menstruação. Já o buraquinho menor, localizado logo acima da vagina, é chamado de uretra e é por ele que sai o xixi.

Portanto, em geral não é o canal vaginal ou a vagina que fica inchada, mas sim a parte externa, especialmente a região dos lábios. 

A dra. Rebeca explica os principais motivos por trás do inchaço:

A ppk também pode sofrer reações alérgicas, afinal, é composta por mucosas que possuem células de defesas. Quanto entra em contato com algum corpo estranho que não cai bem, a reação pode ser coceira, vermelhidão inchaço.

Roupas sintéticas, que não são feitas de algodão, podem provocar reações alérgicas, assim como certos sabonetes íntimos, cremes vaginais, óleos, lubrificantes e qualquer produto que você aplique na ppk. 

Segundo a dra. Rebeca, infecções causadas por fungos podem deixar os lábios da vagina inchados. A candidíase é a condição mais famosa – muitas mulheres lidam com ela mais do que uma vez na vida, ou até com uma certa frequência.

A infecção é causada por um fungo chamado Candida albicans que habita a área genital. O problema é que, às vezes, rola um desequilíbrio e o microrganismo começa a se proliferar descontroladamente. Isso pode acontecer quando estamos com a resistência baixa, ou quando proporcionamos um ambiente propício para o fungo se proliferar, como usar roupas muito apertadas que impedem a ppk de respirar. 

Locais quentes e úmidos favorecem a multiplicação do fungo. Daí, quando a candidíase se instala, pode causar coceira, ardência, corrimento esbranquiçado e inchaço.

Existe uma glândula na ppk chamada glândula de Bartholin que pode inchar e formar um caroço bastante dolorido. Quando isso acontece, a gente pode ter a impressão de que a vulva está inchada.

A bartolinite, nome dado quando a glândula de Bartholin infeciona, é causada por bactérias que entram em contato com a vulva. A bactéria E. Coli, famosa por provocar infecções urinárias, e as bactérias que provocam doenças sexualmente transmissíveis como clamídia e gonorreia, são algumas das vilãs por trás do caroço que pode até impedir a mulher de sentar-se confortavelmente. Ninguém merece 😥

Aqui estamos falando sobre traumas como machucados, batidas ou até por consequência de relações sexuais mais vigorosas, como explica a dra. Rebeca. "Relações com trocas mais intensas podem deixar a ppk inchada", diz.

Mas atenção: sexo é para ser gostoso, relaxado, e não para provocar dor e muito menos machucar. É claro que, às vezes, a gente se empolga, mas tudo deve ser feito com muito respeito e sempre em acordo mútuo entre você e a pessoa com quem está se relacionado, beleza?

O inchaço depois do sexo também pode rolar quando a gente transa meio sem vontade, com pouca lubrificação, o que pode até deixar a ppk meio assada. Se você anda com a libido baixa, vale uma conversa com a ginecologista para entender o que está derrubando a sua vontade de transar.

A vaginite é uma inflamação bastante comum e que pode ter diversas causas, como infecções sexualmente transmissíveis e até alterações hormonais. Dependendo dos sintomas, o ginecologista poderá diagnosticar o que está causando a inflamação, que pode deixar a ppk inchada, dolorida e com coceira. Você também pode apresentar corrimentos estranhos, com mau cheiro. 

É importante que você conheça o próprio corpo para notar quando algo está diferente do normal. Então, pegue um espelhinho e contemple a sua ppk. Toque-se, descubra-se. Faz bem para o corpo e a mente!

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.