Questionando Estigmas

Vamos falar sobre pobreza menstrual no Brasil - um assunto bem urgente!

Tati Barros
23 Aug, 2022
4 min. de leitura
desenho de pessoas em roda

Conheça esse problema social que atinge milhões de meninas em todo o país e saiba o que essas pessoas usam quando não têm absorvente

Essa é uma das características de um problema social e de saúde chamado

 

 

desenho de menina triste

O que é pobreza menstrual

Segundo o estudo Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, que foi lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o que define pobreza menstrual são esses pilares aqui:

 

  • Ausência de banheiros seguros e em bom estado de conservação, saneamento básico (água encanada e esgotamento sanitário), coleta de lixo;

  • Falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual, como absorvente;

  • Falta de acesso a medicamentos para administrar problemas menstruais e/ou carência de serviços médicos;

  • Falta de informação sobre saúde menstrual e autoconhecimento sobre o corpo e os ciclos menstruais;

  • Estigmas e preconceitos sobre a menstruação que resultam na segregação (ou separação) de pessoas que menstruam de diversas áreas da vida social.

Pobreza menstrual em números

O número de meninas atingidas pela pobreza menstrual no Brasil dá uma dimensão do tamanho do problema. De acordo com o estudo, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em casa e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

 

Esse é um reflexo da desigualdade social tão alarmante no Brasil, uma vez que cerca de 13,6 milhões de brasileiros vivem em condições de extrema pobreza, e cerca de 51,5 milhões de cidadãos estão abaixo da linha de pobreza. 

 

E essa é, também, uma questão racial, sabia? Pelos dados do relatório, as chances de uma menina negra morar em um domicílio que não tem banheiro são três vezes maiores do que a de uma menina branca, o que expõe, ainda, que a população negra é a que está em maior número quando se fala em vulnerabilidade social.

O que fazer quando não tem absorvente

Ao ler essas informações sobre pobreza menstrual, passou pela sua cabeça o que as pessoas que menstruam usam quando não têm acesso a absorventes

 

O livro “Presos que Menstruam”, escrito por Nana Queiroz, escancara como é a vida dessas pessoas nas penitenciárias brasileiras. Na obra, há relatos de presas que utilizam miolo de pão como absorvente interno. Isso porque, ao ser introduzida no organismo, a massa incha e impede que o sangue escorra. 

 

Outras alternativas ao absorvente são papelão e, até mesmo, jornal sobre a calcinha, na tentativa de conter o sangramento. Além da total falta de dignidade, esses métodos ainda colocam em risco a saúde das pessoas que menstruam. 

 

desenho de mãos unidas

 

Por tudo isso, a menstruação é um assunto que deve ser abordado sem estigmas, e a pobreza menstrual precisa ser exposta, pois precisa de soluções urgentes, que passam por políticas públicas para as pessoas que menstruam! 

 

A gente já fez um artigo sobre dignidade menstrual, que você pode ler e entender mais profundamente esse tema tão urgente - clique aqui para ler. 

 

Seguiremos na luta por mais direitos para as pessoas que menstruam! Compartilha a sua opinião conosco sobre o tema, adicione um comentário no final da página.

 

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.

 

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.