Questionando Estigmas

O que é clitóris? Vem conhecer essa fonte de prazer

Tati Barros
23 Nov, 2022
4 min. de leitura
Ilustração de mulher tapando virilha com as mãos

Entenda onde fica o clitóris e porque esse órgão tão prazeroso ainda é cercado de estigmas

Imagina que perfeito seria se tivéssemos um órgão cuja única função fosse nos dar prazer. Espera aí... seria? Não, não. Na verdade, é assim que é. Isso mesmo. Essa pequena joia existe e se chama clitóris. Vamos entender melhor o que é clitóris?

 

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Como tudo o que se refere à sexualidade feminina, este é um assunto ainda cercado de estigmas, o que faz com que muitas mulheres saibam quase nada sobre algo capaz de mudar nossa relação com o sexo.

  

O que é o clitóris?

O clitóris é um órgão exclusivo das pessoas que nasceram com vulva e é, simplesmente, a zona erógena de maior sensibilidade que temos.

 

O clitóris possui nada menos do que 8 mil terminações nervosas e, se você tem dúvidas de que isso é muito, corresponde, simplesmente, ao dobro da quantidade encontrada no pênis. Ou seja, uma fonte de muito, mas muito, prazer!

 

Onde fica o clitóris?

O clitóris fica na vulva e está ligado à uretra (por onde sai o xixi) e à vagina (por onde sai a menstruação). Pequeno, ele pode não ser percebido inclusive por quem o possui. Por isso mesmo é tão importante se tocar e conhecer o próprio corpo.

 

Mas, olha só: o que fica na parte externa do clitóris, chamada de glande, não passa de uma micro ponta de um iceberg, sabia? Essa pontinha mede em torno de 0,5 cm, podendo chegar a 2 cm quando fica ereta (logo que ficamos excitadas).

 

O resto do “tesouro” é interno, chega a medir até 10 cm e tem o formato de um Y de cabeça pra baixo. 

 

Uma coisa que pouca gente sabe é que a chamada parede vaginal é parte do clitóris. E, por isso mesmo, quando ocorre um orgasmo interno, ele também é do tipo clitoriano, uma vez que essa parede que é estimulada. 

 

Mas por que não conhecemos o clitóris?

Durante a maior parte da humanidade, a sexualidade foi resumida à funcionalidade de reprodução e o prazer feminino não só foi negligenciado, como oprimido. 

 

O mais triste exemplo disso é a chamada mutilação genital, prática que ainda ocorre em 30 países da África e do Oriente Médio e que violentou mais de 200 milhões de meninas e mulheres, segundo a ONU

 

Essa violência envolve a remoção ou o corte dos lábios vaginais e do clitóris. O motivo? Uma forma de preservar a virgindade, fazendo com que a mulher seja "casável" e proporcione apenas prazer masculino.

 

Esse cenário trágico ilustra da maneira mais revoltante possível como o clitóris é sinônimo de uma autonomia sexual feminina, que a sociedade patriarcal tenta, de toda forma e a qualquer preço, combater. 

 

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E ainda hoje e aqui no Brasil, em uma sociedade em que as mulheres se sentem livres e donas de seus corpos, essa cultura de opressão ainda possui consequências. Algumas delas são a vergonha de falar sobre sexo, de nos tocarmos, de explorar nossa sexualidade e, claro, de não conhecer o nosso próprio clitóris. 

 

Para ir contra essa repressão enraizada, temos que cada vez falar mais sobre sexo. Afinal, nada mais natural do que isso! Nada de estigmas por aqui, hein? 💜

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.

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