Questionando Estigmas

Dia da Menstruação ou MHD - desmistificando o ciclo feminino

Kira
23 May, 2022
4 min. de leitura
Ilustração mulher tapando os ouvidos com balões de diálogo com X

28 de maio foi estabelecido como o Dia Internacional da Higiene Menstrual ou Menstrual Hygiene Day. Saiba mais sobre a data

Você sabia que existe o Dia da Menstruação? Isso mesmo! 28 de maio foi estabelecido como o Dia Internacional da Higiene Menstrual ou Menstrual Hygiene Day (MHD, na sigla em inglês). A proposta da data é falar sobre os estigmas que cercam o ciclo menstrual feminino e trazer mais informações sobre o tema.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Ilustração com absorventes, pílulas, coletor, calendário e calcinhas em artigo sobre Dia da Menstruação

 

28 de maio: dia da higiene menstrual ou dia da menstruação

O Dia da Menstruação foi criado pela ONG alemã Wash United – Wash é uma sigla para Water, Sanitation and Hygiene, em inglês, que significa água, saneamento e higiene.

 

A proposta da data é quebrar os estigmas em torno do período menstrual. Mas mais importante ainda: a instituição tem como principal objetivo convocar cada vez mais pessoas para o compromisso de, até 2030, construir um mundo onde nenhuma mulher ou menina deixe de fazer algo que queira por estar menstruada.

 

Menstruar faz parte da vida adulta da mulher. Por isso mesmo é algo que deve ser encarado como natural (o que de fato é) e que não tem qualquer motivo para vergonha. 

 

Desmistificando a menstruação e combatendo estigmas

Pode parecer impensável, mas ainda hoje, em muitas culturas, a menstruação é vista como motivo para excluir e discriminar meninas e mulheres. Os estigmas que foram criados em torno deste tema e a falta de informação fazem com que algo natural, por séculos e séculos, seja acompanhado de vergonha ou medo. 

 

É urgente que toda a sociedade acabe com essa ideia tão ultrapassada e, mais ainda, que a menstruação seja tratada não mais como um “problema de mulher” e, sim, uma questão de saúde pública que envolve toda a sociedade. E o dia da higiene menstrual vem alinhado com isso, para derrubar estigmas.

Pobreza menstrual: como a falta de recursos afeta as pessoas que menstruam

Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), uma em cada dez meninas em todo o mundo falta às aulas durante o período menstrual. No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorvente menstrual. Chocante, né?

 

A própria ONU, desde 2014, considera o acesso à higiene menstrual um direito que deve ser tratado como questão de saúde pública e de direitos humanos. E esse é, realmente, um grande desafio que exige ações urgentes ou jamais teremos uma sociedade em que mulheres têm as mesmas oportunidades que os homens.

 

Para se ter uma ideia, 713 mil meninas brasileiras vivem sem banheiro ou chuveiro em casa. Acesso a produtos de higiene, como sabonetes e absorventes, então nem se fala... já dá pra imaginar, né? Sem essas condições mínimas para uma vida digna, as mulheres acabam sofrendo sérias consequências, que afetam sua educação, trabalho e a própria saúde.

 

Uma pesquisa do Unicef, ligado à ONU, mostra que meninas perdem até 45 dias de aula por ano por não terem acesso à higiene adequada durante a menstruação. A parcela que mais sofre com a pobreza menstrual é formada por mulheres e meninas negras, aumentando ainda mais o abismo social existente entre brancas, pretas e pardas.

  

Mas afinal, o que significa dignidade menstrual?

 

Mas a verdade é que esses elementos são só parte de um problema ainda maior. Para que haja dignidade menstrual é preciso, ainda, oferecer boas condições de trabalho. É motivo de revolta o fato que ainda existam locais de trabalho em que são fiscalizados até quantas vezes os funcionários vão ao banheiro durante o dia. Imagina o que isso pode provocar em uma mulher menstruada! Sem falar que as mulheres são justamente as que mais sofrem com infecções urinárias, por terem o hábito de segurar o xixi.

 

O caminho é longo, mas só de falarmos sobre a menstruação sem qualquer estigma, já é um passo muito importante para essa mudança global! Afinal, se não falamos sobre um problema, como colocá-lo no radar para que sejam realizadas ações que o resolvam?

 

Então bora aproveitar o Dia da Menstruação para espalhar esse assunto.

 

O papel da educação menstrual para acabar com o preconceito

A educação é a ferramenta mais poderosa para mudar uma sociedade e isso inclui, também, alcançar a tão necessária dignidade menstrual. 

 

Inserir a educação menstrual na escola pode ser um desafio, já que o conservadorismo ainda é latente, mas é extremamente necessário. A pobreza menstrual envolve não apenas a falta de acesso a produtos de higiene pessoal, como também a extrema falta de informação e apoio para viver o ciclo menstrual tranquilamente.

 

Intimus®, aliás, tem um projeto nesse sentido em parceria com a Plan International.

 

Chamado Escola de Liderança para Meninas, busca capacitar jovens para enfrentarem adversidades e se fortalecerem. Isso acontece justamente por meio de capacitações em temas relacionados à igualdade de gênero, educação em saúde menstrual e sexual.

Atualmente, o projeto acontece nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, e conta com intervenções estruturais nas comunidades onde acontecem. 

 

Temas como educação sobre higiene menstrual, participação cidadã, empoderamento e protagonismo feminino asseguram que as meninas possam ir à escola, acessem uma educação inclusiva e de qualidade, livre do estigma da menstruação, alcançando seu máximo potencial.

O projeto ainda conta com doações de Intimus®: foram mais de 43 mil absorventes doados no ano de 2023. Desde 2020, mais de 568 mil vidas foram impactadas por esse projeto.

 

O que fazer para mudar o cenário atual

Conversar e educar pessoas ao nosso redor sobre o tema é um gesto simples e que pode colaborar para essa educação menstrual. 

 

Você já presenciou alguma situação em que uma mulher sofreu preconceito ou foi impedida de fazer algo por estar menstruada? Se sim, conta aqui nos comentários - vamos falar sobre o assunto!

 

Tati Barros

Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.

 

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.