Tem como alguém saber se sou virgem?
A única forma de alguém saber que você não é mais virgem é contando para ela. Mas o que significa perder a virgindade? Vem aqui bater um papo sobre isso
O que fazemos entre quatro paredes, na nossa intimidade, não diz respeito a ninguém além da gente mesmo, não é verdade? Só que o início da vida sexual pode ser um tanto confuso e gerar algumas dúvidas, entre elas: tem como alguém saber se sou virgem?
Olha só: descobrir o próprio corpo, sozinha ou acompanhada, não deveria ser um segredo guardado a sete chaves. Na verdade, é supernatural e saudável se masturbar e ter relações sexuais! Mas se você tem dúvidas sobre o assunto e não se sente confortável para conversar com os seus pais ou outras pessoas próximas, um ginecologista de confiança pode ajudar.
A gente está aqui em um espaço seguro e queremos te acompanhar nessa jornada, então listamos três dúvidas super comuns sobre o início da vida sexual. Vamos juntas?
Como saber se sou virgem?
No passado, perder a virgindade significava fazer sexo com penetração e romper o hímen, aquela membrana que recobre a entrada da vagina. No imaginário popular, a primeira transa pode ser dolorida e a ppk deve sangrar.
Mas essa ideia já está ultrapassada (ou devia estar). Em primeiro lugar, há muitas maneiras de fazer sexo e de sentir prazer que não envolvem penetração, como explica a ginecologista Rebeca Gerhardt. Na opinião da dra., é mais importante falar sobre o início da vida sexual como um processo no qual vamos descobrindo nossos corpos e do que gostamos aos poucos, sozinhas ou acompanhadas.
A primeira vez não precisa ser um grande evento, como um portal que a gente atravessa para uma nova vida. É claro que pode ser, sim, uma ocasião especial e até mesmo marcante. Mas pode rolar de diversas maneiras, como uma troca de carícias com a sua namorada ou sexo oral protegido com o boy.
E não precisa doer! Tá aí mais um estigma que precisamos romper. A primeira vez, seja ela como for, é melhor quando as pessoas estão relaxadas, seguras e a fim de que aconteça. Por isso, "como saber se ainda sou virgem" é uma pergunta válida, mas não existe apenas uma resposta para ela. O corpo é seu, então faça as suas escolhas e aproveite como preferir!
O que significa o rompimento do hímen?
De acordo com a dra. Rebeca, a resposta é absolutamente nada. O hímen é uma película que resta do desenvolvimento da vagina quando ainda somos um feto na barriga das nossas mães. Ele não tem nenhuma função biológica e o seu rompimento não deveria estar associado à perda da virgindade.
“A menina não precisa ter a expectativa de sangramento vaginal pelo rompimento do hímen se a primeira vez ocorrer com penetração, seja com o pênis ou um sex toy”, diz. Ela explica que nem sempre o hímen se rompe e sangra. Ele pode ficar mais folgado ou se romper mais tarde, ao longo da vida sexual – e talvez você nem note que isso aconteceu.
Outras pessoas podem saber se perdi a virgindade?
A única forma de alguém saber que você deu início ao seu processo de descoberta sexual é se você contar para a pessoa. Pode ficar despreocupada, é impossível chegar a essa conclusão só de olhar para o seu corpo.
A única coisa que pode mudar após a “primeira vez”, independente do que isso signifique pra você, é o rompimento ou afrouxamento do hímen. Nada mais muda no seu corpo.
Ufa! Que alívio, né? Mas lembre-se de que não há motivo para sentir vergonha, pois transar e se masturbar é natural. O início da vida sexual é tipo uma montanha-russa. Você vai sentir frio na barriga, prazer, medos e dúvidas. Será que estou pronta para entrar nesse carrinho e encarar os loopings? Será que vou acompanhada? Ou será que, por enquanto, vou sozinha? A jornada é sua e estamos aqui para te ajudar nela 😉
Camila Luz
Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.