Ciclo Menstrual

Minha menstruação não para de descer. O que pode ser?

Camila Luz
13 Oct, 2022
4 min. de leitura
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A menstruação que não para de descer pode ser sinal de condições como endometriose ou miomas. Ou, talvez, o seu ciclo seja só intenso mesmo! Vem entender a diferença

Menstruar é natural e saudável. Por mais que cause um incômodo ou outro, não deve ser um empecilho no seu dia a dia e nem deve te impedir de fazer tudo o que você gosta. Mas quando a menstruação não para de descer, a ponto de te deixar preocupada, cansada ou fraca, é preciso buscar ajuda do ginecologista. 

 

  

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Quantos dias dura a menstruação? 

Segundo a ginecologista Rebeca Gerhardt, a menstruação considerada normal dura até oito dias. Mas olha só: é preciso considerar que, nos primeiros e últimos dias, o fluxo é bem fraquinho. Se você está enchendo absorvente atrás de absorvente por oito dias, pode ser que algo não esteja bem.

 

Para observar melhor como está o seu fluxo, fica a dia do calendário menstrual. Anotar tudo ali ajuda muito a entender melhor o nosso próprio ciclo. 

 

A menstruação que dura mais de oito dias, especialmente se isso ocorrer todos os meses, também pode ser um indício de problemas. 

Existem muitos motivos para a menstruação que não para de descer. Veja, abaixo, algumas das causas mais comuns da menstruação prolongada com muito fluxo: 

 

 
  • Ovário policístico: esta síndrome é super comum e se caracteriza pela presença de cistos (pequenas bolsas que contêm líquidos ou materiais semissólidos) nos ovários;

  • Miomas: tumores benignos que se formam no útero ou em outros órgãos do sistema reprodutor feminino;

  • Endometriose: é provocada por células do endométrio, o tecido que reveste o útero, que "caem" nos ovários ou na cavidade abdominal. Em condições normais, essas células saem do corpo pela menstruação. Mas no caso da doença, elas se movimentam no sentido contrário, para dentro do corpo, voltam a se multiplicar e a sangrar dentro da gente.

 

 

O fluxo menstrual intenso que dura muitos dias também pode ser chamado de sangramento uterino anormal. Sempre que você notar essa possibilidade no seu corpo, é importante marcar uma consulta com o ginecologista para investigar as causas e procurar tratamento, caso seja necessário.

 

E o que é hemorragia menstrual?

O fluxo intenso é só um tipo de fluxo menstrual. Nossos corpos são únicos e algumas mulheres menstruam bem pouquinho, só por alguns dias, enquanto outras passam uma semana menstruadas. Se estiver dentro dos oito dias indicados pela dra. Rebeca, com pouco sangue nos primeiros e últimos dias, provavelmente está tudo certo – o seu fluxo só é intenso mesmo.

 

Já a hemorragia menstrual é outra história e, dependendo dos sintomas, pode até exigir cuidados imediatos. "É um sangue incessante, que nem o absorvente segura", diz a ginecologista.

 

A hemorragia menstrual pode ser provocada por condições como a endometriose e complicações de miomas uterinos. Mas são casos mais extremos, quando as condições não estão recebendo o tratamento adequado e evoluem.

 

Ela se caracteriza por sangramento intenso, por mais de sete ou oito dias. Às vezes, provoca sintomas para além das cólicas e inchaço, como fraqueza, queda de pressão e desmaios. Nesses casos, é importante ir ao pronto-socorro e buscar apoio ginecológico para entender as causas.

 

A dra. Rebeca também destaca que, em alguns casos, a hemorragia pode ser sinal de um aborto espontâneo. Mas se você não tiver motivos para desconfiar que está grávida, não vamos entrar em pânico, tá? O sexo protegido, seja por métodos de barreira como a camisinha ou hormonais, costumam ser bastante eficientes em prevenir gestação. 

Por outro lado, se você está grávida e notou um sangramento mais intenso, ligue para o seu ginecologista e busque ajuda médica imediata. 

 

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Como diminuir o fluxo menstrual?

 

"Os anti-inflamatórios são opções que podem dar uma controlada, assim como alguns anticoagulantes. Mesmo que sejam vendidos na farmácia, não é recomendado usar por conta própria", diz a especialista.

 

Além disso, o uso de contraceptivos hormonais, como a pílula, o DIU e o implante subcutâneo, pode diminuir o fluxo menstrual. Mais uma vez, é preciso consultar a ginecologista, pois ela poderá recomendar o melhor método para a fisiologia do seu corpo e para as suas preferências também. 

 

É importante lembrar que nem sempre os métodos hormonais reduzem o fluxo menstrual. Nossos corpos são únicos e o que funciona para a sua melhor amiga, pode não funcionar para você. Por isso, o acompanhamento médico vale ouro nesses casos. Se a primeira tentativa não rolar, siga em frente para a próxima. Uma hora você irá encontrar um método que te trará mais conforto, caso o fluxo intenso seja um incômodo para você.  

 

 

Camila Luz 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

 

Dra. Rebeca Gerhardt

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.