Menopausa precoce. Bora saber com que idade pode acontecer e quais os sinais
A menopausa precoce ocorre antes dos 40 anos de idade e pode dar alguns sinais. Vem saber quais são eles
O nosso corpo segue um fluxo natural bonito de ver. Na adolescência, festejamos a primeira menstruação. Os ciclos menstruais se repetem durante décadas, até que terminam na menopausa, quando estamos perto dos 50 anos. Mas, em alguns casos, a mulher entra na menopausa precoce e deixa de menstruar mais cedo. Vem saber tudo sobre isso:
O que é menopausa precoce
Vamos recapitular um pouquinho e lembrar o que é menopausa. Às vezes, o termo é utilizado de forma incorreta para designar o climatério, que é a fase de transição entre o período reprodutivo (quando a gente menstrua) e o não reprodutivo (menopausa, quando já não se menstrua mais).
Durante o climatério - também conhecido como pré-menopausa - os hormônios femininos vão diminuindo progressivamente. A mulher pode ficar meses sem menstruar até que, um belo dia, a menstruação para de vir para sempre. O momento da última menstruação é a menopausa.
Segundo o Ministério da Saúde a menopausa ocorre, geralmente, entre os 45 e os 55 anos de idade. Mas a gente só chama de "precoce" quando a última menstruação ocorre antes dos 40 anos.
Menopausa precoce: sintomas
"Porém, como muitas mulheres chegam nesse período usando hormônios, elas acabam não notando essas mudanças", diz a dra. Rebeca. Nesses casos, fica mais difícil perceber que estão entrando na menopausa mais cedo.
Na ausência de sintomas, a única forma de identificar a menopausa precoce é por meio de exames de sangue como o FSH, um hormônio que regula o nosso desenvolvimento, reprodução e secreção de hormônios sexuais pelos testículos e ovários. Alguns ginecologistas o solicitam para as suas pacientes anualmente ou a cada dois ou três anos.
O que causa menopausa precoce?
A menopausa precoce pode ocorrer por uma série de motivos. Em geral, alterações hormonais, condições genéticas ou tratamentos como a radioterapia, utilizados para o câncer, podem estar por trás dela.
Segundo a dra. Rebeca, a menopausa precoce é irreversível. Ou seja, não dá para voltar atrás e retardar o processo. As pessoas que desejam gerar filhos biológicos devem ficar mais atentas aos sinais do corpo e, se necessário, solicitar os exames de rotina ao ginecologista – especialmente após os 35 anos.
Se você não planeja ter filhos biológicos, ainda será necessário prestar atenção à menopausa precoce para iniciar a reposição hormonal. Quando deixamos de produzir óvulos e de menstruar, as alterações hormonais no corpo aumentam o risco de desenvolver condições como osteoporose, doenças neurodegenerativas como a demência e doenças do coração.
"Por isso, não existe não repor hormônio", diz a dra. Rebeca. A reposição hormonal é nossa aliada para devolver ao corpo o que ele necessita para continuar funcionando bem e com saúde.
A ginecologista explica que, no passado, a expectativa da mulher era bem menor – terminava por volta dos 60 anos de idade! Já pensou? Hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ultrapassa os 76 anos de idade. Por isso, a mulher ainda tem muuuito para viver depois que entra na menopausa. Então, viver bem até o final da vida, com saúde em abundância, é fundamental.
Menopausa precoce engorda?
Mulheres na menopausa podem sim notar um ganho de peso, especialmente na região do abdome (ou seja, da barriga). Os cientistas não sabem muito bem por que isso pode acontecer, mas acreditam que as alterações hormonais sejam as principais causas.
De toda forma, ganhar um pouco de peso não é um problema sério, né? É importante desconstruir os padrões de beleza que privilegiam a magreza, afinal, corpos existem em diferentes tamanhos e formatos.
As visitas de rotina ao seu ginecologista de confiança são muito importantes para identificar qualquer problema reprodutivo, incluindo a menopausa precoce. Quando se trata de saúde e doença, a regra é: quanto mais cedo você notar algo que não vai bem, melhor.
Camila Luz
Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.
Dra. Rebeca Gerhardt
Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.